Filha de Temer afirma que ele indicou coronel para reforma, diz jornal



Em depoimento à Polícia Federal, no dia 3 de maio, a psicóloga Maristela Temer, filha do presidente Michel Temer (MDB), afirmou que o emedebista indicou o coronel reformado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho para “orientá-la” na reforma de sua casa, em São Paulo. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Maristela negou, no entanto, que Temer ou o coronel Lima, seu amigo, custearam as obras. A filha do presidente relatou que pagou pela reforma, mas não guardou os comprovantes das despesas, e que recebeu ajuda da mulher de Lima, a arquiteta Maria Rita Fratezzi, sem remunerá-la.
“Não possui e não guardou nenhum comprovante dos pagamentos e contratos eventualmente realizados”, diz o relatório do depoimento de Maristela Temer, conforme a Folha. “Que não se recorda nominalmente dos prestadores de serviços que atuaram na reforma de sua residência, mas pode dizer que foram contratados conforme surgiam as necessidades no decorrer das obras”, continua.
A obra na casa da filha de Michel Temer é investigada pela PF no âmbito do inquérito que apura se o presidente recebeu propina de empresas do setor portuário em troca de benefícios com o Decreto dos Portos, editado em 2017. O coronel Lima, que chegou a ser preso em março, na Operação Skala, foi apontado por delatores da JBS como intermediário de 1 milhão de reais em vantagens indevidas destinadas a Temer. A PF investiga se o dinheiro foi lavado por meio das reformas na casa de Maristela. O presidente nega irregularidades.
Maristela Temer afirmou que Michel Temer indicou o coronel Lima a lhe ajudar com a obra porque ele é dono de uma empresa de engenharia e arquitetura, a Argeplan.
A psicóloga disse ainda que Lima e Maria Rita Fratezzi a orientaram a buscar orçamentos para a obra, mas que, diante dos valores, decidiu bancar a reforma por conta própria. “Somando superficialmente os valores, acredita ter gasto algo em torno de R$ 700.000,00 (setecentos mil reais) na obra”, afirmou Maristela, segundo o jornal.
No depoimento, a filha do presidente teria dito que 500.000 reais do dinheiro empregado na obra vieram da venda de um antigo imóvel e 100.000 reais, de um empréstimo tomado com sua mãe. Outras fontes do montante, segundo a Folha, foram empréstimos bancários, “sete mil dólares que possuía guardado” e “parte da remuneração recebida de sua atividade profissional”.
Maristela Temer disse ter recebido ajuda de Maria Rita “tendo em vista que tinha com tal pessoa uma relação afetiva, quase família”. Ela também declarou, segundo a Folha de S. Paulo, que não contratou a mulher de Lima e não remunerou pela “ajuda”.
Maristela confirmou ainda que Maria Rita Fratezzi custeou algumas despesas da obra, mas ressaltou que ressarcia a arquiteta. Ela, no entanto, “não sabe precisar a forma do ressarcimento, uma vez que em algumas ocasiões repassava para Maria Rita Fratezi também em espécie, fruto de sua remuneração recebida de pacientes em seu consultório, e outras vezes também em cheques”.
Fonte: Veja

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